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Que vossos rins estejam cingidos e as lâmpadas acesas

Cor Litúrgica: Roxo

Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos | Domingo


Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: Que vossos rins estejam cingidos e as lâmpadas acesas. Sede como homens que estão esperando seu senhor voltar de uma festa de casamento, para lhe abrir, imediatamente, a porta, logo que ele chegar e bater. Felizes os empregados que o senhor encontrar acordados quando chegar. Em verdade eu vos digo: Ele mesmo vai cingir-se, fazê-los sentar-se à mesa e, passando, os servirá. E caso ele chegue à meia-noite ou às três da madrugada, felizes serão, se assim os encontrar! Mas ficai certos: se o dono da casa soubesse a hora em que o ladrão iria chegar, não deixaria que arrombasse a sua casa. Vós também, ficai preparados! Porque o Filho do Homem vai chegar na hora em que menos o esperardes”. (Lc 12,35-40).

Estimados leitores, hoje, no domingo, dia do Senhor, é também um dia de lembranças, silêncio e gratidão. Recordamos aqueles que partiram, mas que continuam vivos em nossas memórias, em nossas histórias e no amor que deixaram.

Que este dia nos inspire a valorizar a vida, a presença e o tempo que temos com quem amamos. Que a saudade se transforme em paz e que a fé nos console com a certeza de que a morte não é o fim, mas uma passagem para a eternidade.

No Evangelho de hoje, somos despertados para a consciência que devemos ter do nosso tempo de vida terrena. É importante conscientizarmo-nos de que o nosso tempo presente deve ser um tempo útil à nossa caminhada rumo à eternidade.

“Vós também, ficai preparados, porque o Filho do Homem vai chegar na hora em que menos o esperardes.”

Quanto ao dia e à hora da nossa passagem, Deus preferiu ocultar de nós. No entanto, para quem vive dentro do plano de Deus, o dia e a hora não importam; o importante é estar o tempo todo em sintonia com Ele.

Jesus nos alerta sobre a importância de estarmos atentos o tempo todo, de estarmos vigilantes — o que não significa ficarmos parados. Pelo contrário, devemos esperar por esta sua segunda vinda no exercício da nossa missão, no lugar onde fomos plantados por Deus para produzir frutos.

“Que vossos rins estejam cingidos e as lâmpadas acesas.”

No tempo de Jesus, estar com os rins cingidos significava colocar sobre as vestes largas um cinto ou uma corda na cintura, para facilitar os movimentos do corpo, favorecendo assim a agilidade no trabalho.

Rins cingidos falam de serviço — foi o que o próprio Jesus fez: cingiu-se para lavar os pés dos apóstolos, numa atitude de humildade e de serviço. Manter as lâmpadas acesas é uma vigilância permanente, dia e noite.

Em Jesus encontramos força e coragem para enfrentar e superar as adversidades da vida. Com Ele, em vez de medo, cultivamos em nossos corações a certeza da vitória.

Tenham todos um abençoado domingo!


Rosa Amélia

Catequista da Paróquia do Senhor Bom Jesus dos Remédios / Afogados da Ingazeira.

Meu Deus, tem piedade de mim, que sou pecador

Cor Litúrgica: Verde

30º Domingo do Tempo Comum | Domingo


Naquele tempo, 9 Jesus contou esta parábola para alguns que confiavam na sua própria justiça e desprezavam os outros: 10 “Dois homens subiram ao Templo para rezar: um era fariseu, o outro cobrador de impostos. 11 O fariseu, de pé, rezava assim em seu íntimo: ‘Ó Deus, eu te agradeço porque não sou como os outros homens, ladrões, desonestos, adúlteros, nem como este cobrador de impostos. 12 Eu jejuo duas vezes por semana, e dou o dízimo de toda a minha renda’. 13 O cobrador de impostos, porém, ficou à distância, e nem se atrevia a levantar os olhos para o céu; mas batia no peito, dizendo: ‘Meu Deus, tem piedade de mim que sou pecador!’ 14 Eu vos digo: este último voltou para casa justificado, o outro não. Pois quem se eleva será humilhado, e quem se humilha será elevado”. (Lc 18,9-14).

Estimados leitores, no domingo passado Jesus contou aos discípulos uma parábola para lembrar a necessidade de rezar sempre, diante das nossas necessidades e agradecimentos pelas dádivas alcançadas, na hora e no tempo de Deus.

Diante da parábola no evangelho de hoje, Jesus nos orienta a fazermos um exame de consciência. Precisamos fazer uma reflexão da nossa verdadeira disposição quando nos apresentamos diante do altar do templo do Senhor para conversar com Ele. Conversamos como o fariseu ou o cobrador de impostos?

Podemos ser como o fariseu, que abriu a boca apenas para justificar as suas boas obras e os seus méritos, ao mesmo tempo em que apontava os defeitos do cobrador de impostos, com desprezo pelas suas aparentes imperfeições.

Ou sejamos como o cobrador de impostos, que, envergonhado e de cabeça baixa, dá um exemplo de verdadeira humildade quando reconhece o seu ser pecador.

Não são as nossas palavras bonitas, nem as orações longas, que agradam ao Senhor, que sonda os nossos corações. A oração que fazemos no silêncio será ouvida e agradável. Humilhados por causa dos nossos pecados, é que alcançamos a misericórdia de Deus.

Pensando que agradava a Deus, o fariseu se autoelogiava, enquanto o cobrador de impostos não se achava digno nem mesmo de olhar para o Senhor. Por isso, clamava por misericórdia: “Meu Deus, tem piedade de mim, que sou pecador.”

A oração dele agradou a Deus, por isso ele voltou para casa justificado. Jesus conta essa parábola para nos dar a noção exata de uma pessoa humilde. A humildade é a expressão da verdade; é o reconhecimento da nossa limitação e a consciência de que somos dependentes das graças de Deus.

Jesus é quem nos justifica perante o Pai; nós mesmos nunca poderemos nos justificar. Mesmo que não digamos nada, o Senhor conhece tudo, por isso, não nos adiantará fugir. A verdade brilha como o sol do meio-dia.

Como tem sido a nossa oração diante do Senhor? Como a do fariseu pretensioso ou como a do cobrador de impostos, envergonhado?
Como temos feito o exame da nossa consciência diante do Senhor? Costumamos nos autoelogiar?

“Quem se eleva será humilhado e quem se humilha será elevado.”

Tenham todos um abençoado domingo!


Rosa Amélia

Catequista da Paróquia do Senhor Bom Jesus dos Remédios / Afogados da Ingazeira.

Eis que venho fazer, com prazer, a vossa vontade, Senhor!

Cor Litúrgica: Verde

29ª Semana do Tempo Comum | Terça-feira


Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Que vossos rins estejam cingidos e as lâmpadas acesas. Sede como homens que estão esperando seu senhor voltar de uma festa de casamento, para lhe abrirem, imediatamente, a porta, logo que ele chegar e bater. Felizes os empregados que o senhor encontrar acordados quando chegar. Em verdade eu vos digo: Ele mesmo vai cingir-se, fazê-los sentar-se à mesa e, passando, os servirá. E caso ele chegue à meia-noite ou às três da madrugada, felizes serão, se assim os encontrar!” 

Estimados leitores, o Evangelho de hoje nos desperta para a consciência que devemos ter do nosso tempo de vida terrena. É importante ficarmos atentos quanto ao nosso tempo presente, que deve ser um tempo útil à nossa caminhada rumo à eternidade.

Devemos aproveitar bem este tempo, pois ele é o único tempo que possuímos, como espaço sagrado que Deus nos concede para construirmos aqui na terra a nossa morada no céu.

O texto vem nos acordar também para uma realidade da qual ninguém pode fugir: a certeza da nossa passagem da vida terrena.

Quanto ao dia e à hora da nossa passagem, Deus preferiu não revelar; só nos deu uma pista: vai acontecer de modo surpreendente, inesperado, o que pode nos deixar apreensivos.

No entanto, para quem vive dentro do plano de Deus, o dia e a hora não importam; o importante é estar o tempo todo em sintonia com Deus, ciente de que há uma vida melhor por vir, uma vida em plenitude, que é a vida eterna.

Jesus ainda lembra sobre a importância de não ficarmos parados; pelo contrário, devemos esperar por esta sua segunda vinda no exercício da nossa missão, no lugar onde fomos plantados por Deus para produzir frutos.

“Que vossos rins estejam cingidos e as lâmpadas acesas.” Estar com os rins cingidos é estar como o próprio Jesus esteve: cingiu-se para lavar os pés dos apóstolos, numa atitude de humildade e de serviço.

E quanto às lâmpadas acesas? Jesus fala da vigilância permanente, dia e noite.

Em Jesus encontramos força e coragem para enfrentar e superar as adversidades da vida. Com Ele, em vez de medo, cultivamos em nossos corações a certeza da vitória.

Tenham todos uma abençoada terça-feira!


Rosa Amélia

Catequista da Paróquia do Senhor Bom Jesus dos Remédios / Afogados da Ingazeira.

Fazei tudo o que Ele vos disser

Cor Litúrgica: Branco

Bem-aventurada Virgem Maria da Conceição Aparecida, Solenidade | Domingo


Naquele tempo, houve um casamento em Caná da Galileia. A mãe de Jesus estava presente. Também Jesus e seus discípulos tinham sido convidados para o casamento. Como o vinho veio a faltar, a mãe de Jesus lhe disse: “Eles não têm mais vinho”. Jesus respondeu-lhe: “Mulher, por que dizes isto a mim? Minha hora ainda não chegou.” Sua mãe disse aos que estavam servindo: “Fazei o que ele vos disser”. Estavam seis talhas de pedra colocadas aí para a purificação que os judeus costumam fazer. Em cada uma delas cabiam mais ou menos cem litros. Jesus disse aos que estavam servindo: “Enchei as talhas de água”. Encheram-nas até a boca. Jesus disse: “Agora tirai e levai ao mestre-sala”. E eles levaram. O mestre-sala experimentou a água, que se tinha transformado em vinho. Ele não sabia de onde vinha, mas os que estavam servindo sabiam, pois eram eles que tinham tirado a água. O mestre-sala chamou então o noivo e lhe disse: “Todo mundo serve primeiro o vinho melhor e, quando os convidados já estão embriagados, serve o vinho menos bom. Mas tu guardaste o vinho melhor até agora!” Este foi o início dos sinais de Jesus. Ele o realizou em Caná da Galileia e manifestou a sua glória, e seus discípulos creram nele. (Jo 2,1-11 – Bodas de Caná)

Estimados leitores, neste domingo dia do Senhor, celebramos a solenidade da Bem-aventurada Virgem Maria da Conceição Aparecida, e também o dia das crianças. Queria abrir um parêntese para falar do dia da criança. É claro que a vida continua e as outras crianças inocentes precisam celebrar seu dia. É a vida. Mas, como celebrar o “Dia das Crianças” amanhã dia 12, se no último dia 06, choramos a ausência de uma? Como comemorar quando falta um sorriso que fazia tudo brilhar? Nossa Senhora Aparecida a santa padroeira e protetora do Brasil, quando celebramos seu dia, interceda a Jesus seu Filho, o conforto para os familiares ilutados pelas mortes dos santos inocentes.

No evangelho de hoje, vemos a significante participação de Maria num dos primeiros milagres realizado por Jesus. Tudo acontece numa festa de casamento em que Jesus e Maria estão presentes. O relato nos leva a crer, que os donos da festa eram pobres, do contrário, não iria faltar vinho. Tudo indica, que Jesus e Maria, eram amigos íntimos da família e que estavam ajudando na recepção. Maria, sempre atenta a todos os detalhes, percebe de imediata a falta do vinho, ao invés de levar o fato ao conhecimento do mestre sala, ela não hesita, vai direto à fonte que é Jesus, sabendo que dEle viria a solução.
“Eles não têm mais vinho. Jesus respondeu-lhe: Mulher, por que dizes isto a mim? Minha hora ainda não chegou.” Com esta atitude de mãe, que quer proteger seus filhos, Maria evita um vexame para os donos da festa, já que o vinho, naquela época, era considerado um símbolo de alegria, a bebida que não podia faltar numa festa.

Ao aproximar-se de Jesus, Maria não lhe pede nada, simplesmente apresenta a Ele o problema: “Eles não têm mais vinho”! Foi uma plena afirmação da sua fé no poder do seu filho Jesus. Ela estava segura, sabia que Jesus agiria em favor dos donos da festa. Sua confiança era tão grande, que mesmo sem ter uma resposta afirmativa de Jesus, ela dirigir-se aos serventes e diz: “Fazei tudo que Ele vos disser”. E o milagre acontece: Jesus transforma a água em vinho.

Maria não é simplesmente uma figura histórica, e sim, um exemplo de Mulher atenta, atuante, solidária diante às necessidades dos seus filhos. Como Mãe, ela é nossa intercessora, levando a Jesus todas as nossas súplicas.

Deus escolheu Maria, uma mulher simples que vivia no meio dos pobres, para reacender a chama do amor no coração da humanidade. Somos eternos aprendizes de Maria, com ela aprendemos a ser mais solidários, a ter um olhar de misericórdia para com os irmãos, a dar passos ao encontro do outro, a buscar o seu filho Jesus.

Com o coração tomado de alegria, celebramos a festa da nossa Padroeira do nosso Brasil. E somos convidados a reverenciar Maria no seu título de Nossa Senhora Aparecida. Maria é a voz que grita em defesa dos pobres, dos aflitos, de todos aqueles que buscam nela, a força, a coragem para lutar e vencer os problemas. O exemplo de Maria, deve nos manter firmes na fé, diante dos impetuosos ventos contrários que passam pela nossa vida. Salve, salve, Nossa Senhora Aparecida e viva as crianças!

Tenham todos um abençoado domingo!


Rosa Amélia

Catequista da Paróquia do Senhor Bom Jesus dos Remédios / Afogados da Ingazeira.

Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!

Cor Litúrgica: Branco

Bem-aventurada Virgem Maria do Rosário | Memória | Terça-feira


Naquele tempo, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma virgem, prometida em casamento a um homem chamado José. Ele era descendente de Davi e o nome da virgem era Maria O anjo entrou onde ela estava e disse: “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!” Maria ficou perturbada com estas palavras e começou a pensar qual seria o significado da saudação. O anjo, então, disse-lhe: “Não tenhas medo, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus. Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi. Ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó, e o seu reino não terá fim”. Maria perguntou ao anjo: “Como acontecerá isso, se eu não conheço homem algum?” O anjo respondeu: “O Espírito virá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com sua sombra. Por isso, o menino que vai nascer será chamado Santo, Filho de Deus. Também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na velhice. Este já é o sexto mês daquela que era considerada estéril, porque para Deus nada é impossível”. Maria, então, disse: “Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!” E o anjo retirou-se.

Estimados leitores, hoje fazemos memória da Bem-aventurada Virgem Maria do Rosário. “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!” Maria ficou perturbada com estas palavras e começou a refletir sobre o significado da saudação.

O Evangelho de hoje nos apresenta o mistério da Encarnação, permitindo que Jesus entre em nossa vida e nos transforme por inteiro. A história da salvação teve início com o “sim” de Maria. A iniciativa foi do Pai, e o “sim” de Maria marcou o começo da nossa Redenção, mudando a história da humanidade.

Deus tinha muitos meios para chegar até nós, mas escolheu vestir-se da fragilidade humana, nascendo de uma mulher para viver como um de nós, exceto no pecado. O projeto divino para a humanidade, corrompida pelo pecado, começou a se desenvolver com a saudação do anjo a uma jovem humilde de Nazaré, um pequeno povoado entre as montanhas da Galileia.

Na sua simplicidade, Maria não compreendia plenamente o projeto de Deus que se realizaria por meio dela. Tudo que lhe foi comunicado pelo anjo era grande demais para seu entendimento. No entanto, mesmo sem compreender completamente, ela não hesitou em entregar-se inteiramente a Deus, oferecendo-Lhe seu “sim”.

Todas as incertezas de Maria deram lugar à certeza quando o anjo lhe revelou a promessa de que o Espírito Santo lhe daria assistência total no mistério da Encarnação. Maria sentiu-se segura ao saber que estaria amparada por Deus e que receberia a força necessária para cumprir a missão confiada pelo Pai: ser mãe de Jesus, nosso Salvador.

Com o “sim” de Maria, abriram-se as cortinas de um novo tempo. O sonho de Deus tornou-se possível, iniciando-se a construção de um Reino de amor, justiça e paz.

A oração proferida pelo anjo, no encontro com aquela que geraria o Filho de Deus, ainda hoje ecoa no coração de todos que veem em Maria a ternura materna do Pai:

“Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco. Bendita sois vós entre as mulheres, e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém.”

Tenham todos uma ótima terça-feira!


Rosa Amélia

Catequista da Paróquia do Senhor Bom Jesus dos Remédios / Afogados da Ingazeira.

Aumenta a nossa fé!

Cor Litúrgica: Verde

27º Domingo do Tempo Comum | Domingo


Naquele tempo, 5 os apóstolos disseram ao Senhor: “Aumenta a nossa fé!” 6 O Senhor respondeu: “Se vós tivésseis fé, mesmo pequena como um grão de mostarda, poderíeis dizer a esta amoreira: ‘Arranca-te daqui e planta-te no mar’, e ela vos obedeceria. 7 Se algum de vós tem um empregado que trabalha a terra ou cuida dos animais, por acaso vai dizer-lhe, quando ele volta do campo: ‘Vem depressa para a mesa?’ 8 Pelo contrário, não vai dizer ao empregado: ‘Prepara-me o jantar, cinge-te e serve-me, enquanto eu como e bebo; depois disso tu poderás comer e beber?’ 9 Será que vai agradecer ao empregado, porque fez o que lhe havia mandado? 10 Assim também vós: quando tiverdes feito tudo o que vos mandaram, dizei: ‘Somos servos inúteis; fizemos o que devíamos fazer’ “. (Lc 17,5-10).

Estimados leitores, no início do Mês Missionário, com o tema “Missionários da esperança entre os povos”, somos convidados a fortalecer a consciência da Igreja por meio da oração, do sacrifício e da solidariedade, caminhando juntos na construção do Reino de Deus.

Neste espírito, pedimos ao Senhor Jesus: “Aumenta a nossa fé!”

O Evangelho deste domingo nos apresenta várias pistas: a fé, a salvação e a radicalidade do caminho do Reino, atitudes que devemos assumir diante de Deus. O texto convida os discípulos a aderirem, com coragem e determinação, ao projeto de vida que, em Jesus, Deus oferece à humanidade. Essa adesão chama-se fé, e dela depende a instauração do Reino no mundo.

“Os apóstolos disseram ao Senhor: ‘Aumenta a nossa fé!’ O Senhor respondeu: ‘Se vós tivésseis fé, mesmo pequena como um grão de mostarda, poderíeis dizer a esta amoreira: Arranca-te daqui e planta-te no mar, e ela vos obedeceria… Assim também vós, quando tiverdes feito tudo o que vos mandaram, dizei: Somos servos inúteis; fizemos o que devíamos fazer.’” (Lc 17, 5-10)

O Senhor nos mostra que, mesmo uma fé pequenina como um grão de mostarda, é capaz de realizar grandes coisas. Diante disso, percebemos o quanto ainda deixamos adormecer dentro de nós o dom da fé recebido no Batismo.

Se colocássemos em prática essa fé, com mais confiança e entrega, nosso serviço ao Senhor seria mais consciente, fecundo e transformador.

Quando realizamos algo em favor do Reino de Deus, devemos fazê-lo como parte da nossa condição de servos fiéis, e não em busca de honrarias ou elogios. Por isso, Jesus nos recorda:

“Quando tiverdes feito tudo o que vos mandaram, dizei: Somos servos inúteis; fizemos o que devíamos fazer.”

Hoje em dia, infelizmente, há muita confusão sobre o verdadeiro sentido da fé. Em alguns meios, vemos os chamados “shows da fé”, onde a crença é apresentada como uma moeda de troca para alcançar bênçãos imediatas.
Segundo certos pregadores, quanto maior a fé — expressa por meio de ofertas financeiras —, maiores seriam as bênçãos recebidas. Essa prática, porém, é uma grave deturpação do Evangelho.

A Palavra de Deus é clara: as bênçãos do Senhor, a salvação em Cristo e o poder do Espírito Santo não são mercadorias. São dons gratuitos, frutos da graça divina, e não podem ser comprados nem negociados.

Esses “shows da fé” alimentam o individualismo e a busca por soluções apenas pessoais, esquecendo que a fé autêntica é comunitária, solidária e comprometida com o próximo. Tal tipo de religiosidade, que se apresenta em nome de Jesus, na verdade corrompe a verdadeira fé e gera confusão.

Por isso, é essencial ouvir o testemunho das Sagradas Escrituras. É nelas que encontramos discernimento, direção e verdade. No Evangelho, os discípulos estão no caminho com Jesus — aprendendo, escutando e, humildemente, pedindo: “Aumenta a nossa fé!”

E é aí que está o centro da mensagem:

Não é o tamanho da nossa fé que importa, mas em quem depositamos essa fé.

Mesmo pequena, se colocada inteiramente em Jesus, não há limites para o que Ele pode realizar — para a glória de Deus e o bem do mundo.

Tenham todos um abençoado domingo!


Rosa Amélia

Catequista da Paróquia do Senhor Bom Jesus dos Remédios / Afogados da Ingazeira.

Nós temos ouvido que Deus está convosco

Cor Litúrgica: Branco

São Jerônimo, presbítero e doutor da Igreja | Memória | Terça-feira


Estava chegando o tempo de Jesus ser levado para o céu. Então ele tomou a firme decisão de partir para Jerusalém e enviou mensageiros à sua frente. Estes puseram-se a caminho e entraram num povoado de samaritanos, para preparar hospedagem para Jesus. Mas os samaritanos não o receberam, pois Jesus dava a impressão de que ia a Jerusalém. Vendo isso, os discípulos Tiago e João disseram: “Senhor, queres que mandemos descer fogo do céu para destruí-los?” Jesus, porém, voltou-se e repreendeu-os. E partiram para outro povoado. (Lc 9,51-56)

Estimados leitores,

Ainda continuamos no mês da Bíblia, tempo em que somos convidados a intensificar a leitura da Palavra na esperança de dias melhores. O Evangelho de hoje nos convida a refletir sobre o início da caminhada de Jesus rumo à cruz. A caminho da morte, Ele ensinava aos discípulos o caminho da vida.

Estava chegando o tempo de Jesus ser levado para o céu, então tomou a firme decisão de partir para Jerusalém. A caminhada até lá foi uma verdadeira aula para os discípulos. Durante o trajeto, Jesus aproveitava cada situação embaraçosa como oportunidade para transmitir importantes ensinamentos.

Ao longo dessa caminhada, muitas pessoas se aproximavam d’Ele e se encantavam com suas palavras. Algumas chegavam a dar passos ao seu lado, mas o abandonavam no meio do caminho por acharem duras demais as exigências do seu seguimento.

Os discípulos, sem boa compreensão, interpretavam os caminhos de Jesus como sinal de grandeza e status. Afinal, quem não queria estar junto d’Aquele homem que arrastava multidões e não temia os poderosos? Para eles, Jesus era um Rei poderoso que enfrentaria os inimigos com severidade, como faziam todos os reis. Em suas mentes, os inimigos seriam facilmente vencidos.

No entanto, Jesus lhes mostra o contrário ao repreendê-los quando Tiago e João quiseram responder com violência a uma ofensa dos samaritanos, que se recusaram a acolhê-lo em seu território. Sabemos que judeus e samaritanos eram inimigos confessos e que negar hospedagem a alguém, na cultura judaica, era considerado uma ofensa grave. Porém, a reação dos discípulos não foi motivada apenas por isso, mas também pela intolerância em relação aos que pensavam diferente.

Tiago e João quiseram passar por cima de Deus ao desejarem fazer descer fogo do céu para destruir aqueles que negaram hospedagem a Jesus. Essa atitude não agradou ao Mestre, que simplesmente os convidou a prosseguir o caminho, indo para outro povoado. Eles ficaram surpresos com a forma como Jesus lidou com as ofensas — diferente deles, que estavam acostumados a revidar.

Com esse episódio, Jesus deixou claro aos discípulos — e hoje também a nós — que, na dinâmica do Reino, não há espaço para vingança nem para intolerância com quem pensa diferente. A partir daí, os discípulos começaram a compreender as exigências do seguimento de Jesus. Esse entendimento, no entanto, foi acontecendo de forma lenta e só se consolidou após a sua ressurreição.

Os discípulos, com exceção de João, não acompanharam Jesus até a cruz. Mas depois da ressurreição, abraçaram sua causa e deram a vida pelo Evangelho.

Nos dias atuais, muitos de nós começamos a seguir Jesus com entusiasmo, mas acabamos abandonando esse seguimento no meio do caminho por acharmos duras as suas exigências. Sejamos firmes e corajosos na construção da nossa casa eterna.

Tenham todos uma abençoada terça-feira!


Rosa Amélia

Catequista da Paróquia do Senhor Bom Jesus dos Remédios / Afogados da Ingazeira

Tua mãe e teus irmãos estão aí fora e querem te ver

Cor Litúrgica: Branco

São Pio de Pietrelcina, presbítero | Memória | Terça-feira


Naquele tempo, a mãe e os irmãos de Jesus aproximaram-se, mas não podiam chegar perto dele, por causa da multidão. Então anunciaram a Jesus: “Tua mãe e teus irmãos estão aí fora e querem te ver”. Jesus respondeu: “Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a Palavra de Deus, e a põem em prática”. (Lc 8,19-21)

Estimados leitores,

Para muitos, a atitude de Jesus, descrita no evangelho de hoje: “Tua mãe e teus irmãos estão aí fora e querem te ver.” Jesus respondeu: “Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a Palavra de Deus, e a põem em prática.”

Pode parecer um desprezo d’Ele para com a sua família, mas, na realidade, o que Jesus quis dizer com isto foi muito profundo: Jesus quis — e continua querendo — ampliar a sua família.

O que certamente alegrou sua Mãe, que, assim como o Filho, era também obediente ao Pai. Maria compreendia todas as atitudes do Filho, pois sabia que Ele havia vindo ao mundo para fazer a vontade do Pai.

“Todo aquele que faz a vontade do meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe.”
Com essas palavras, Jesus não desconsiderou sua Mãe, pelo contrário, elevou-a ainda mais.

Maria, assim como Jesus, também cumpria a vontade do Pai, colocando-se à disposição d’Ele desde o anúncio de que seria a mãe de Jesus: “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim, segundo a Sua vontade.”

Sempre que deparamos com este evangelho, ficamos centrados na referência que Jesus faz de quem é sua família. Com isso, nem sempre meditamos a mensagem principal: trata-se de um convite a fazermos a vontade do Pai.

E, para não termos nenhuma dúvida sobre a atenção e o carinho de Jesus para com sua Mãe, basta lembrarmos da sua preocupação com Ela no momento derradeiro de sua morte. Enquanto Maria estava perto da cruz, Jesus disse à sua mãe: “Mulher, eis aí o teu filho” e, ao discípulo João: “Eis aí a tua mãe.” João a acolheu em sua casa e família a partir daquele momento.

No alto da cruz, além de entregar o seu corpo e espírito, Jesus entrega também sua Mãe aos cuidados da Igreja.

Fazer a vontade do Pai é o único requisito que Jesus nos apresenta para fazermos parte de Sua família.

Tenham todos uma abençoada terça-feira!


Rosa Amélia

Catequista da Paróquia do Senhor Bom Jesus dos Remédios / Afogados da Ingazeira

Não chores!

Cor Litúrgica: Vermelho

Santos Cornélio, papa, e Cipriano, bispo, mártires | Memória | Terça-feira


Naquele tempo, 11 Jesus dirigiu-se a uma cidade chamada Naim. Com ele iam seus discípulos e uma grande multidão. 12 Quando chegou à porta da cidade, eis que levavam um defunto, filho único; e sua mãe era viúva. Grande multidão da cidade a acompanhava. 13 Ao vê-la, o Senhor sentiu compaixão para com ela e lhe disse: “Não chores!” 14 Aproximou-se, tocou o caixão, e os que o carregavam pararam. Então, Jesus disse: “Jovem, eu te ordeno, levanta-te!” 15 O que estava morto sentou-se e começou a falar. E Jesus o entregou à sua mãe. 16 Todos ficaram com muito medo e glorificavam a Deus, dizendo: “Um grande profeta apareceu entre nós e Deus veio visitar o seu povo”. 17 E a notícia do fato espalhou-se pela Judeia inteira, e por toda a redondeza. (Lc 7,11-17)

Estimados leitores,

O Evangelho de hoje nos apresenta o encontro de dois cortejos que seguiam em direções opostas. De um lado, o cortejo da vida, da alegria e da esperança, conduzido por Jesus, o Senhor da vida. Do outro, o cortejo da dor, da amargura e do sofrimento, tendo à frente um morto, o filho único de uma viúva.

O cortejo da vida não foi indiferente ao cortejo da morte. Jesus se aproximou e, ao ver aquela mãe mergulhada na dor, compadeceu-se dela e disse: “Não chores!” Ele sabia que, além da perda irreparável, aquela mulher enfrentaria ainda sérias dificuldades para sobreviver.

Naquele tempo, quando uma mulher ficava viúva, não herdava os bens do marido. Essa responsabilidade recaía sobre o filho mais velho. Sem marido e sem filho, a viúva ficava desamparada, entregue à miséria e dependente da caridade alheia, enquanto as autoridades da época, como os fariseus, muitas vezes se aproveitavam da sua fragilidade.

Ao devolver a vida ao jovem, Jesus devolveu àquela mãe sua dignidade e seu sustento, livrando-a de ser explorada. Assim, os dois cortejos passaram a caminhar no mesmo sentido: o sentido da vida.

Este relato nos convida a ter um olhar sensível como o de Jesus: não apenas perceber a dor do outro, mas agir para aliviar seu sofrimento. Recorda-nos também da importância de cuidar dos que ficam, especialmente órfãos e viúvas, que tantas vezes necessitam de amparo e solidariedade.

Ao dizer: “Jovem, eu te ordeno, levanta-te!”, Jesus não apenas devolveu a vida a um morto, mas mostrou que Seu amor é capaz de transformar a indiferença em compaixão e nos mover ao encontro do irmão que sofre.

Que o amor de Cristo nos torne cada vez mais sensíveis e solidários.

Desejo a todos uma abençoada terça-feira!


Rosa Amélia

Catequista da Paróquia do Senhor Bom Jesus dos Remédios / Afogados da Ingazeira

Nele, a esperança de libertação!

Cor Litúrgica: Vermelho

Exaltação da Santa Cruz – Festa | Domingo


Naquele tempo, disse Jesus a Nicodemos: “Ninguém subiu ao céu, a não ser aquele que desceu do céu, o Filho do Homem. Do mesmo modo como Moisés levantou a serpente no deserto, assim é necessário que o Filho do Homem seja levantado, para que todos os que nele crerem tenham a vida eterna. Pois Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna. De fato, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele”. Evangelho (Jo 3,13-17)

Estimados leitores, contemplemos hoje a Santa Cruz de Cristo, trazendo em nós as marcas desta Cruz. O Evangelho nos fala da passagem da morte para a vida, das trevas para a luz, do pecado para a graça.

Na conversa com Nicodemos, Jesus anuncia a sua crucificação: “Do mesmo modo como Moisés levantou a serpente no deserto, assim é necessário que o Filho do Homem seja levantado, para que todos os que nele crerem tenham a vida eterna”. Trata-se do anúncio da entrega de sua vida pelo resgate da humanidade, que não O reconheceu como Filho de Deus.

A parte central do texto nos revela o amor incondicional de Deus pela humanidade. A luz esteve presente no mundo e o mundo a rejeitou. Mas Deus não desiste: o seu infinito amor chegou ao extremo de permitir que seu Filho morresse para nos salvar.

Sabemos que a morte de Jesus não foi um desejo de Deus. Sua morte foi consequência da obediência ao Pai, no compromisso de levar adiante o seu projeto de vida.

Hoje, Jesus nos provoca a uma tomada de posição: estar com Ele na cruz em favor da vida, ou estar contra Ele, nas trevas, em favor da morte. Podemos escolher dar a Jesus uma resposta de fé ou de descrença.

É importante termos consciência de que a condenação não vem de Deus. Nós mesmos nos condenamos quando não acolhemos nem colocamos a sua verdade em nosso existir. É o próprio Jesus quem nos diz: “Quem crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado”.

Crer em Jesus é continuar a sua presença atuante aqui na terra; não crer é rejeitar o seu projeto de vida nova, é afastar-se da luz.

Tenham todos um abençoado domingo!


Rosa Amélia

Catequista da Paróquia do Senhor Bom Jesus dos Remédios / Afogados da Ingazeira.

A esperança não decepciona

Cor Litúrgica: Verde

23ª Semana do Tempo Comum | Terça-feira


12 Naqueles dias, Jesus foi à montanha para rezar. E passou a noite toda em oração a Deus. 13 Ao amanhecer, chamou seus discípulos e escolheu doze dentre eles, aos quais deu o nome de apóstolos: 14 Simão, a quem impôs o nome de Pedro, e seu irmão André; Tiago e João; Filipe e Bartolomeu; 15 Mateus e Tomé; Tiago, filho de Alfeu, e Simão, chamado Zelota; 16 Judas, filho de Tiago, e Judas Iscariotes, aquele que se tornou traidor. 17 Jesus desceu da montanha com eles e parou num lugar plano. Ali estavam muitos dos seus discípulos e grande multidão de gente de toda a Judeia e de Jerusalém, do litoral de Tiro e Sidônia. 18 Vieram para ouvir Jesus e serem curados de suas doenças. E aqueles que estavam atormentados por espíritos maus também foram curados. 19 A multidão toda procurava tocar em Jesus, porque uma força saía dele, e curava a todos. (Lc 6,12-19).

Estimados leitores, “A esperança não decepciona” (Rm 5,5). No mês da Bíblia é escolhido um livro para intensificarmos uma leitura de suma importância para o nosso caminhar. A Carta de São Paulo aos Romanos é a seta. “Toda Bíblia é comunicação, de um Deus amor, de um Deus irmão…”

O Evangelho de hoje nos convida a refletir sobre o quanto Jesus era dependente do Pai. Antes de tomar qualquer atitude, Ele recorria ao Pai. O texto profundo nos convida a meditar sobre um momento decisivo na vida de Jesus: o momento em que Ele busca no Pai orientação para a escolha daqueles que ficariam responsáveis em dar continuidade à sua missão aqui na terra.

Como sabemos, Jesus tinha muitos discípulos, e, como seria impossível instruir bem uma multidão, Ele quis formar um pequeno grupo, ao qual poderia dedicar-se mais de perto na formação. Estes, mais tarde, iriam dar testemunho d’Ele no mundo e continuar a sua missão. Com o grupo pequeno, participariam diretamente do cotidiano de Jesus e teriam muito mais condições de absorver os ensinamentos, tanto pela escuta da sua Palavra quanto pelo seu exemplo.

Para a escolha dos discípulos, Jesus buscou o auxílio do Pai. Depois de uma noite inteira em oração, Ele já estava certo de quais seriam os que o Pai havia destinado para serem os seus primeiros colaboradores.

Com a escolha dos doze apóstolos, é formada a primeira comunidade cristã da Igreja de Jesus. É interessante perceber que esta escolha não recaiu sobre homens especiais, mas sobre pessoas simples, dotadas de virtudes e defeitos como qualquer um de nós. Isso mostra a diferença entre os critérios dos homens e os critérios de Deus. Hoje ainda há quem escolha pessoas capacitadas ou íntimos para formar uma equipe em diversos cantos, enquanto Deus primeiro escolhe e, depois, capacita os seus escolhidos para seguir a missão.

Precisamos subir à “montanha”, nos isolar do mundo por alguns instantes para um encontro conosco mesmos, através de um encontro com o Pai. Após este encontro, é o próprio Pai que nos remete à “planície”, abastecidos interiormente.

A oração é sinal de dependência de Deus, de quem reconhece a sua limitação e recorre Àquele que tudo pode. Se quisermos seguir os passos de Jesus, não podemos dispensar duas coisas importantes: oração e ação.

Oração e ação: duas atitudes imprescindíveis na vida de Jesus e que devem ser imprescindíveis na nossa vida também.

Tenham todos uma abençoada terça-feira!


Rosa Amélia

Catequista da Paróquia do Senhor Bom Jesus dos Remédios / Afogados da Ingazeira.

Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho. Ele será chamado pelo nome de Emanuel

Cor Litúrgica: Branco

Natividade da Bem-aventurada Virgem Maria – Festa | Segunda-feira


Livro da origem de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão. Abraão gerou Isaac; Isaac gerou Jacó; Jacó gerou Judá e seus irmãos. Judá gerou Farés e Zara, cuja mãe era Tamar. Farés gerou Esrom; Esrom gerou Aram; Aram gerou Aminadab; Aminadab gerou Naasson; Naasson gerou Salmon; Salmon gerou Booz, cuja mãe era Raab. Booz gerou Obed, cuja mãe era Rute. Obed gerou Jessé. Jessé gerou o rei Davi. Davi gerou Salomão, daquela que tinha sido a mulher de Urias. Salomão gerou Roboão; Roboão gerou Abias; Abias gerou Asa; Asa gerou Josafá; Josafá gerou Jorão; Jorão gerou Ozias; Ozias gerou Joatão; Joatão gerou Acaz; Acaz gerou Ezequias; Ezequias gerou Manassés; Manassés gerou Amon; Amon gerou Josias. Josias gerou Jeconias e seus irmãos, no tempo do exílio na Babilônia. Depois do exílio na Babilônia, Jeconias gerou Salatiel; Salatiel gerou Zorobabel; Zorobabel gerou Abiud; Abiud gerou Eliaquim; Eliaquim gerou Azor; Azor gerou Sadoc; Sadoc gerou Aquim; Aquim gerou Eliud; Eliud gerou Eleazar; Eleazar gerou Matã; Matã gerou Jacó. Jacó gerou José, o esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado o Cristo. A origem de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, estava prometida em casamento a José, e, antes de viverem juntos, ela ficou grávida pela ação do Espírito Santo. José, seu marido, era justo e, não querendo denunciá-la, resolveu abandonar Maria, em segredo. Enquanto José pensava nisso, eis que o anjo do Senhor apareceu-lhe, em sonho, e lhe disse: “José, Filho de Davi, não tenhas medo de receber Maria como tua esposa, porque ela concebeu pela ação do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, e tu lhe darás o nome de Jesus, pois ele vai salvar o seu povo dos seus pecados”. Tudo isso aconteceu para se cumprir o que o Senhor havia dito pelo profeta: “Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho. Ele será chamado pelo nome de Emanuel, que significa: Deus está conosco”. (Mt 1,1-16.18-23)

Irmãos e irmãs caríssimos!

O belíssimo Evangelho deste dia 8 de setembro, quando celebramos a Natividade da Bem-Aventurada Virgem Maria, Mãe do Salvador, nos apresenta a genealogia de Jesus e, na sequência, a sua concepção. O Evangelista Mateus inicia mostrando que Jesus é descendente de Abraão e de Davi e que Ele está inserido na história e na promessa realizada por Deus junto ao povo de Israel.

Assim, Mateus apresenta uma longa lista de nomes para nos lembrar que a encarnação do Filho de Deus não foi um acontecimento isolado, mas se inseriu dentro de uma história marcada por gerações, alianças e esperanças.

Maria, a grande protagonista dessa descendência e dessa história, virgem em corpo e alma, eleita desde a eternidade e predestinada pelo Altíssimo, foi colocada pelo Senhor em momentos decisivos da História da Salvação. Nela, o Espírito Santo realiza toda a graça para a vinda de Cristo. Pela sua ação, o Pai dá ao mundo o Emanuel, “Deus Conosco”.

Assim, somos chamados a acreditar que Deus age em nossa vida. Mesmo diante dos desafios das horas difíceis e incertas, o Emanuel, “Deus conosco”, sustenta nossa caminhada, trazendo luz e esperança em meio ao turbilhão de tantos desafios deste mundo dilacerado pela violência, pelas guerras e por tantos outros males.


Rosa Amélia

Catequista da Paróquia do Senhor Bom Jesus dos Remédios / Afogados da Ingazeira.

O caminho do Senhor exige sabedoria

Cor Litúrgica: Verde

23º Domingo do Tempo Comum


Naquele tempo, grandes multidões acompanhavam Jesus. Voltando-se, ele lhes disse: “Se alguém vem a mim, mas não se desapega de seu pai e sua mãe, sua mulher e seus filhos, seus irmãos e suas irmãs e até da sua própria vida, não pode ser meu discípulo. Quem não carrega sua cruz e não caminha atrás de mim, não pode ser meu discípulo. Com efeito: qual de vós, querendo construir uma torre, não se senta primeiro e calcula os gastos, para ver se tem o suficiente para terminar? Caso contrário, ele vai lançar o alicerce e não será capaz de acabar. E todos os que virem isso começarão a caçoar, dizendo: ‘Este homem começou a construir e não foi capaz de acabar!’ Ou ainda: Qual o rei que ao sair para guerrear com outro, não se senta primeiro e examina bem se com dez mil homens poderá enfrentar o outro que marcha contra ele com vinte mil? Se ele vê que não pode, enquanto o outro rei ainda está longe, envia mensageiros para negociar as condições de paz. Do mesmo modo, portanto, qualquer um de vós, se não renunciar a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo!”. (Lc 14,25-33)

Estimados leitores, hoje, 7 de setembro, celebramos com alegria a Independência do Brasil, um marco na história do nosso povo, que buscou liberdade, soberania e dignidade.

Mas, nesta celebração, como cristãos, somos chamados a olhar para além da liberdade política ou nacional. Somos convidados a refletir sobre a nossa verdadeira dependência — aquela que não nos aprisiona, mas nos liberta plenamente: a nossa dependência de Jesus Cristo.

Se a independência do Brasil nos deu uma pátria livre, é a nossa relação com Cristo que nos concede sentido, esperança e salvação. Em Jesus encontramos o verdadeiro caminho da justiça, da paz e da fraternidade.

Portanto, enquanto agradecemos a Deus pelo nosso país, pela nossa história e pelo nosso povo, renovemos também a nossa entrega a Cristo. Pois não há soberania maior do que viver na liberdade dos filhos de Deus, e não há independência plena sem a presença de Jesus, que é o nosso sustento.

As palavras de Jesus, no Evangelho deste domingo, exigem de nós uma tomada de posição: tomamos a nossa cruz e seguimos Jesus, ou ficamos à margem, apenas no louvor?

O texto nos mostra que grandes multidões acompanhavam o Senhor, mas nem todos estavam decididos a segui-Lo de fato. Entre eles havia curiosos, pessoas em busca de milagres ou de algum interesse pessoal.

Voltando-se para a multidão, Jesus advertiu a todos os que desejavam segui-Lo, para que pensassem bem antes de tomar essa decisão. Afinal, a vida de um discípulo não é fácil: é uma vida marcada por desafios, e a cruz é inevitável no caminho de quem deseja segui-Lo.

O caminho do Senhor exige também sabedoria. Requer planejamento, discernimento e coragem, pois trata-se de investir a própria existência na proposta de Jesus. É preciso estar seguro da opção por Ele; caso contrário, corremos o risco de começar a caminhada e desistir no meio do percurso — e esse seria o maior fracasso da vida cristã.

Jesus veio mudar o rumo da nossa história, dar novo sentido à nossa existência e nos libertar das nossas prisões interiores. Ele é o caminho, a verdade e a vida. Começar a segui-Lo é fundamental, mas abandonar o seu barco no meio da travessia, por medo de enfrentar os ventos e tempestades, não corresponde à atitude de filhos e filhas de Deus.

Que o Senhor abençoe o Brasil e cada um de nós, e que sejamos, como povo brasileiro, independentes no mundo, mas sempre dependentes de Jesus.

Tenham todos um abençoado domingo!


Rosa Amélia

Catequista da Paróquia do Senhor Bom Jesus dos Remédios / Afogados da Ingazeira.

A exaltação por vaidade leva à frustração

Cor Litúrgica: Verde

22º Domingo do Tempo Comum | Domingo


Aconteceu que, num dia de sábado, Jesus foi comer na casa de um dos chefes dos fariseus. E eles o observavam. Jesus notou como os convidados escolhiam os primeiros lugares. Então contou-lhes uma parábola: “Quando tu fores convidado para uma festa de casamento, não ocupes o primeiro lugar. Pode ser que tenha sido convidado alguém mais importante do que tu, e o dono da casa, que convidou os dois, venha te dizer: ‘Dá o lugar a ele’. Então tu ficarás envergonhado e irás ocupar o último lugar. Mas, quando tu fores convidado, vai sentar-te no último lugar. Assim, quando chegar quem te convidou, te dirá: ‘Amigo, vem mais para cima’. E isto vai ser uma honra para ti diante de todos os convidados. Porque quem se eleva, será humilhado e quem se humilha, será elevado”. E disse também a quem o tinha convidado: “Quando tu deres um almoço ou um jantar, não convides teus amigos, nem teus irmãos, nem teus parentes, nem teus vizinhos ricos. Pois estes poderiam também convidar-te e isto já seria a tua recompensa. Pelo contrário, quando deres uma festa, convida os pobres, os aleijados, os coxos, os cegos. Então tu serás feliz! Porque eles não te podem retribuir. Tu receberás a recompensa na ressurreição dos justos”. (Lc 14,1.7-14)

Estimados leitores,

Hoje, neste domingo, dia do Senhor, dentro da Eucaristia recordaremos a figura do catequista. É momento de agradecer pela missão daqueles que, movidos pela fé, ecoam o anúncio da Palavra de Deus às crianças, jovens e adultos.

O Evangelho de hoje nos convida a pautar a vida no exemplo de Jesus, que, mesmo sendo Deus, não quis ocupar o primeiro lugar aqui na terra, mas deu espaço aos pequenos.

“Quem se eleva será humilhado, e quem se humilha será exaltado.”

Jesus está em um jantar na casa de um fariseu importante. Ele observa como os convidados disputam os primeiros lugares e, então, conta uma parábola que ensina sobre humildade e verdadeira honra. Em seguida, orienta o anfitrião a convidar não os amigos ricos, mas os pobres, aleijados e marginalizados — aqueles que não podem retribuir.

No Reino de Deus, os valores são invertidos em relação ao que o mundo costuma valorizar. Enquanto o mundo exalta status, aparência e poder, Deus olha para o coração humilde.

“Quem se eleva será humilhado”: aqueles que buscam reconhecimento e prestígio por orgulho acabarão percebendo que tudo isso é passageiro e vazio. A exaltação por vaidade leva à frustração.

“Quem se humilha será exaltado”: a verdadeira humildade não é desprezar-se, mas reconhecer que tudo o que somos e temos vem de Deus. O humilde não precisa se promover, pois é visto por Deus, que o eleva no tempo certo.

Para nossa vida: em vez de buscar os “primeiros lugares”, que tal aprender a servir com simplicidade? A verdadeira honra não vem dos homens, mas de Deus. O humilde não compete, ele coopera.

Sejamos capazes de cultivar a humildade nas atitudes diárias: ouvir mais, julgar menos, ajudar sem esperar aplausos.

Com esta parábola, Jesus tenta mudar a mentalidade de muitos que, ainda hoje, desejam ser notados, admirados e bajulados. Há quem esconda, sob o manto da bondade, uma falsa honra, buscando os primeiros lugares que o mundo considera importantes.

No conceito dos homens, grande é quem possui bens, poder ou fama. Mas, para Deus, grande é aquele que serve.

Tenham todos um abençoado domingo!


Rosa Amélia

Catequista da Paróquia do Senhor Bom Jesus dos Remédios / Afogados da Ingazeira.

Senhor, são poucos os que se salvam?

Cor Litúrgica: Verde

21º Domingo do Tempo Comum | Domingo


Naquele tempo, Jesus atravessava cidades e povoados, ensinando e prosseguindo o caminho para Jerusalém. Alguém lhe perguntou: “Senhor, é verdade que são poucos os que se salvam?” Jesus respondeu: “Fazei todo esforço possível para entrar pela porta estreita. Porque eu vos digo que muitos tentarão entrar e não conseguirão. Uma vez que o dono da casa se levantar e fechar a porta, vós, do lado de fora, começareis a bater, dizendo: ‘Senhor, abre-nos a porta!’ Ele responderá: ‘Não sei de onde sois.’ Então começareis a dizer: ‘Nós comemos e bebemos diante de ti, e tu ensinaste em nossas praças!’ Ele, porém, responderá: ‘Não sei de onde sois. Afastai-vos de mim todos vós que praticais a injustiça!’ Ali haverá choro e ranger de dentes, quando virdes Abraão, Isaac e Jacó, junto com todos os profetas no Reino de Deus, e vós, porém, sendo lançados fora. Virão homens do oriente e do ocidente, do norte e do sul, e tomarão lugar à mesa no Reino de Deus. E assim há últimos que serão primeiros, e primeiros que serão últimos”. (Lc 13,22-30)

Estimados leitores,

Seguindo as comemorações das vocações, celebramos hoje todos os leigos que, entre família e afazeres, dedicam-se aos trabalhos pastorais e missionários. Os leigos atuam como colaboradores dos padres na catequese, na liturgia, nos ministérios de música, nas obras de caridade e nas diversas pastorais existentes.

O evangelho desde domingo nos desperta para uma realidade inevitável: o caráter momentâneo da nossa vida terrena. O tema central é a salvação. É preciso buscar a porta estreita, renunciando às inúmeras portas largas do mundo — convidativas, mas capazes de nos desviar dos bens eternos.

Devemos nos abastecer em Deus e fazer da nossa vida um santuário que acolhe a todos. Nossa salvação passa pela prática do amor e da justiça, única condição para sermos reconhecidos por Jesus. Deus quer que todos sejam salvos; foi para isso que Ele enviou Seu Filho ao mundo. Jesus é a porta estreita pela qual devemos passar.

Muitas vezes, temos a tentação de achar que, correndo atrás de Jesus apenas nas celebrações e louvores, seremos os primeiros a chegar até Ele. Isso de nada adianta se, pelo caminho, ignoramos os que estão caídos, necessitando de nossas mãos para se reerguerem. Esses, os caídos, serão os últimos a chegar a Jesus por suas fragilidades, mas serão os primeiros a entrar pela porta da eternidade. A chave desta porta estreita são aqueles a quem negamos justiça e amor.

A passagem pela porta estreita é uma graça, uma oferta do amor de Deus, alcançada pelo sacrifício de Seu Filho Jesus. O esforço para passar por esta porta consiste em acolher essa graça que destrói o nosso egoísmo.

Quando alguém pergunta: “Senhor, são poucos os que se salvam?”, Jesus não responde diretamente. Ele aproveita a pergunta para fixar o essencial: não se trata de números, mas do modo de alcançar a salvação: “Entrai pela porta estreita…”

Buscar a felicidade fora do plano de Deus é rejeitar a porta estreita; é optar pelas portas largas abertas pelo mundo. Estar no caminho da santidade é estar configurado com o formato da porta estreita, que é o próprio Jesus — o caminho, a verdade que nos liberta e possibilita uma vida em plenitude.

As palavras de Jesus são um alerta: a salvação é dom gratuito de Deus. Não a alcançaremos por mérito próprio, mas pela Sua misericórdia. Cabe a nós acolher esta oferta de amor, aderindo à proposta de Jesus e comprometendo-nos com Seu projeto de vida nova.

A todos os leigos, especialmente os catequistas atuantes e conscientes no chamado de servir, Deus os abençoe!

Tenham todos um abençoado domingo!


Rosa Amélia

Catequista da Paróquia do Senhor Bom Jesus dos Remédios / Afogados da Ingazeira.