Search

O Senhor há de julgar o mundo inteiro com justiça

Cor Litúrgica: Verde

27ª Semana do Tempo Comum | Sexta-feira


Naquele tempo, Jesus estava expulsando um demônio. 15 Mas alguns disseram: “É por Belzebu, o príncipe dos demônios, que ele expulsa os demônios”. 16 Outros, para tentar Jesus, pediam-lhe um sinal do céu. 17 Mas, conhecendo seus pensamentos, Jesus disse-lhes: “Todo reino dividido contra si mesmo será destruído; e cairá uma casa por cima da outra. 18 Ora, se até Satanás está dividido contra si mesmo, como poderá sobreviver o seu reino? Vós dizeis que é por Belzebu que eu expulso os demônios. 19 Se é por meio de Belzebu que eu expulso demônios, vossos filhos os expulsam por meio de quem? Por isso, eles mesmos serão vossos juízes. 20 Mas, se é pelo dedo de Deus que eu expulso os demônios, então chegou para vós o Reino de Deus. 21 Quando um homem forte e bem armado guarda a própria casa, seus bens estão seguros. 22 Mas, quando chega um homem mais forte do que ele, vence-o, arranca-lhe a armadura na qual ele confiava, e reparte o que roubou. 23 Quem não está comigo, está contra mim. E quem não recolhe comigo, dispersa. 24 Quando o espírito mau sai de um homem, fica vagando em lugares desertos, à procura de repouso; não o encontrando, ele diz: ‘Vou voltar para minha casa de onde saí’. 25 Quando ele chega, encontra a casa varrida e arrumada. 26 Então ele vai, e traz consigo outros sete espíritos piores do que ele. E, entrando, instalam-se aí. No fim, esse homem fica em condição pior do que antes”. (Lc 11,15-26).

Amados irmãos e irmãs que a paz do Senhor e o amor de Maria esteja com todos vocês.

Alguns dos presentes não conseguem reconhecer a ação divina em Jesus. Mesmo vendo um milagre, um homem curado de sua mudez, preferem atribuir o bem ao mal, acusando Jesus de agir em nome de Belzebu. Muitas vezes, por orgulho, cegueira espiritual ou medo, preferimos desacreditar o que vem de Deus. Há também uma tentação constante de interpretar o mundo com base em nossos preconceitos. O mal, por vezes, tenta se disfarçar como bem, mas também acontece o oposto: o bem é injustamente atacado como se fosse mal.

Jesus responde com clareza: um reino dividido não subsiste. Se Satanás está lutando contra si mesmo, então seu fim está próximo. Jesus desmonta a lógica dos acusadores com sabedoria. O Reino de Deus é harmonia, unidade e clareza. Onde há divisão e confusão, muitas vezes há ação do maligno. Essa passagem também nos chama a discernir os sinais dos tempos: se vemos frutos bons, é sinal da presença de Deus.

Jesus diz que expulsa os demônios pelo “dedo de Deus”, uma expressão que remete ao poder divino, como no Êxodo e nos Dez Mandamentos. A libertação verdadeira vem de Deus. Quando ele age, não há dúvidas. A presença do Reino se manifesta onde há libertação, cura, vida nova. Mas é preciso reconhecer esse dedo de Deus nos pequenos e grandes sinais da vida.

Jesus conta uma breve parábola: um homem forte guarda seus bens, mas vem outro mais forte e o vence. Aqui, o “homem forte” representa Satanás, e o “mais forte” é o próprio Cristo. Jesus é mais forte que todo mal. Ele veio para desarmar o inimigo e libertar aqueles que estavam presos. Mas isso também exige de nós decisão: estamos com Jesus ou contra ele? Não há neutralidade na vida espiritual.

Jesus adverte: quando um espírito maligno sai de alguém, ele procura descanso. Se volta e encontra a “casa varrida e arrumada, mas vazia “, traz outros sete piores. A condição final da pessoa torna-se pior que antes. Não basta ser liberto do mal,é preciso preencher-se de Deus. O mal aproveita o vazio. O coração humano, uma vez limpo, precisa ser habitado pelo Espírito Santo, pela palavra, pela oração, por boas obras. Caso contrário, o risco de recaída e até piora espiritual é real.

Tenham todos uma abençoada sexta-feira!


Mauricéia Araújo

Ministra da Eucaristia da Paróquia do Senhor Bom Jesus dos Remédios / Afogados da Ingazeira.

Compartilhe:

Deixe um comentário