Cor Litúrgica: Verde
27º Domingo do Tempo Comum | Domingo
Naquele tempo, 5 os apóstolos disseram ao Senhor: “Aumenta a nossa fé!” 6 O Senhor respondeu: “Se vós tivésseis fé, mesmo pequena como um grão de mostarda, poderíeis dizer a esta amoreira: ‘Arranca-te daqui e planta-te no mar’, e ela vos obedeceria. 7 Se algum de vós tem um empregado que trabalha a terra ou cuida dos animais, por acaso vai dizer-lhe, quando ele volta do campo: ‘Vem depressa para a mesa?’ 8 Pelo contrário, não vai dizer ao empregado: ‘Prepara-me o jantar, cinge-te e serve-me, enquanto eu como e bebo; depois disso tu poderás comer e beber?’ 9 Será que vai agradecer ao empregado, porque fez o que lhe havia mandado? 10 Assim também vós: quando tiverdes feito tudo o que vos mandaram, dizei: ‘Somos servos inúteis; fizemos o que devíamos fazer’ “. (Lc 17,5-10).
Estimados leitores, no início do Mês Missionário, com o tema “Missionários da esperança entre os povos”, somos convidados a fortalecer a consciência da Igreja por meio da oração, do sacrifício e da solidariedade, caminhando juntos na construção do Reino de Deus.
Neste espírito, pedimos ao Senhor Jesus: “Aumenta a nossa fé!”
O Evangelho deste domingo nos apresenta várias pistas: a fé, a salvação e a radicalidade do caminho do Reino, atitudes que devemos assumir diante de Deus. O texto convida os discípulos a aderirem, com coragem e determinação, ao projeto de vida que, em Jesus, Deus oferece à humanidade. Essa adesão chama-se fé, e dela depende a instauração do Reino no mundo.
“Os apóstolos disseram ao Senhor: ‘Aumenta a nossa fé!’ O Senhor respondeu: ‘Se vós tivésseis fé, mesmo pequena como um grão de mostarda, poderíeis dizer a esta amoreira: Arranca-te daqui e planta-te no mar, e ela vos obedeceria… Assim também vós, quando tiverdes feito tudo o que vos mandaram, dizei: Somos servos inúteis; fizemos o que devíamos fazer.’” (Lc 17, 5-10)
O Senhor nos mostra que, mesmo uma fé pequenina como um grão de mostarda, é capaz de realizar grandes coisas. Diante disso, percebemos o quanto ainda deixamos adormecer dentro de nós o dom da fé recebido no Batismo.
Se colocássemos em prática essa fé, com mais confiança e entrega, nosso serviço ao Senhor seria mais consciente, fecundo e transformador.
Quando realizamos algo em favor do Reino de Deus, devemos fazê-lo como parte da nossa condição de servos fiéis, e não em busca de honrarias ou elogios. Por isso, Jesus nos recorda:
“Quando tiverdes feito tudo o que vos mandaram, dizei: Somos servos inúteis; fizemos o que devíamos fazer.”
Hoje em dia, infelizmente, há muita confusão sobre o verdadeiro sentido da fé. Em alguns meios, vemos os chamados “shows da fé”, onde a crença é apresentada como uma moeda de troca para alcançar bênçãos imediatas.
Segundo certos pregadores, quanto maior a fé — expressa por meio de ofertas financeiras —, maiores seriam as bênçãos recebidas. Essa prática, porém, é uma grave deturpação do Evangelho.
A Palavra de Deus é clara: as bênçãos do Senhor, a salvação em Cristo e o poder do Espírito Santo não são mercadorias. São dons gratuitos, frutos da graça divina, e não podem ser comprados nem negociados.
Esses “shows da fé” alimentam o individualismo e a busca por soluções apenas pessoais, esquecendo que a fé autêntica é comunitária, solidária e comprometida com o próximo. Tal tipo de religiosidade, que se apresenta em nome de Jesus, na verdade corrompe a verdadeira fé e gera confusão.
Por isso, é essencial ouvir o testemunho das Sagradas Escrituras. É nelas que encontramos discernimento, direção e verdade. No Evangelho, os discípulos estão no caminho com Jesus — aprendendo, escutando e, humildemente, pedindo: “Aumenta a nossa fé!”
E é aí que está o centro da mensagem:
Não é o tamanho da nossa fé que importa, mas em quem depositamos essa fé.
Mesmo pequena, se colocada inteiramente em Jesus, não há limites para o que Ele pode realizar — para a glória de Deus e o bem do mundo.
Tenham todos um abençoado domingo!
Rosa Amélia
Catequista da Paróquia do Senhor Bom Jesus dos Remédios / Afogados da Ingazeira.